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Gostava de escrever grandes textos sobre certezas da vida, sobre experiencias, sobre grandes coisas filosóficas, mas não sou capaz, uso a escrita como amparo, amparo da dor, do vazio, uso a escrita como um refúgio meu, não me importanto se lêem o que escrevo ou não, uso-a porque preciso dela, é uma forma de organizar pensamentos e perceber sentimentos. É assim que sou, se tens curiosidade dá uma espreita, não te prometo que vás gostar, mas é uma escolha tua se queres arriscar :)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Brisa


Reflecti muito antes de começar a escrever este texto.

Estou aqui fora na varanda de minha casa sentada no alpendre, encostada a uma das colunas que suporta o tecto da varanda. Estão muitas estrelas no céu, apesar de não as conseguir ver bem, por causa das nuvens que estão à frente delas, está noite de lua cheia, tal como na noite em que acabaste comigo, e como na noite que te declaraste a mim. Talvez a lua cheia marque a partes importantes da minha vida, não sei.
Estou de pijama, com um robe, e com um casaco do meu pai, e tenho umas finas meias nos pés. Tive algum tempo antes de começar a escrever pois queria recordar este momento mais tarde. Está tudo tão calmo aqui fora, sopra uma brisa, suave, e as nuvens teimam em tapar a lua cheia, mas em vão, porque ela com a sua linda luz ilumina tudo. Imagino-te a dormir, impávido e sereno, no teu quarto, onde provavelmente o teu computador está acesso a reproduzir um filme ou um episodio de uma série qualquer, também te imagino como me disseste a bocado, na tua varanda a tocar guitarra a ver o eclipse lunar. Como isto é tolo o que estou a tentar descrever, mas é o que eu penso.

Acho que as nuvens finalmente venceram, acabaram de encobrir e lua que era o que iluminava tudo, estão ligadas apenas umas luzes de rua, consigo ouvir o vento a bater nas folhas de arvore, oiço o martelar dos meus dedos nas teclas, e oiço me a pensar no que vou escrever a seguir. O meu computador, esse já pouca bateria lhe resta, está tudo pelas horas da morte.
Pedi a lua que pensasses em mim, e que sonhasses comigo, nunca vou saber se tal pedido funcionou. Tenho um pouco de frio, mas isso não me incomoda muito.

Sinto saudades tuas isso é um facto, estive hoje a recordar conversas que tínhamos tido, à alguns anos atrás. Oiço um carro a passar na rua principal, e ele quebra um pouco o silencio monótomo que me rodeia. O silencio em geral não me perturba, perturba-me sim o teu silencio.
Pergunto-me o que ainda sentes por mim, prometi a mim mesma já algum tempo atrás que ia parar de te fazer essa pergunta, e a verdade é que parei, mas não prometi que ia deixar de pensar nisso, decidi a pouco que vou parar de fazer promessas impossíveis, visto que odeio quebrar promessas.

Ouvi à pouco os sinos da igreja a assinalar três da manhã, fui buscar uns chinelos porque tinha frio, a vento sopra um pouco mais forte, pedi a lua que se mostrasse pelo menos mais uma vez, para que pudesse ter esperança, e ela assim o fez, o meu cabelo esvoaço-a vagamente, a lua mostrou-se outra vez, oiço ali ao fundo um comboio a passar, estou a ouvir a musica que me “dedicaste”:

«Menina dos meus olhos doce como o mel,
Palavra puxa palavra põe me disponível para amar tudo aquilo que me seja sensível
E não são poucos aqueles que quero sem sequer os poder ver
Foi tanto que me deram para nunca mais esquecer
Palavra de honra, guardo a palavra no meu bolso na parede
No conforto de uma cama de rede,
Palavra de honra.»

Sei esta parte de cor, talvez por a ter escrito tantas vezes.

Sinto a tua falta, Hugo.
Sinto a falta de um sorriso verdadeiro, dos teus olhos a brilhar só de me ver, sinto falta da tua voz, das tuas palavras e de me desejares boa noite, sinto a falta dos dias que contávamos só para estar-mos juntos, e sinto a falta de simplesmente estar contigo.
Dou por mim a desejar que sintas o mesmo, e dou por mim e desejar-te aqui.
Consigo imaginar-te a chegar aqui, agora.
Quase que juro que consigo imaginar o teu carro a descer esta rua a frente de minha casa, a fazeres a curva e a estacionares à frente do meu portão, consigo imaginar-te aqui esta noite, ali em baixo a olhares para mim, e eu aqui a escrever este texto.

A lua mostrou-se outra vez, estará a querer-me dizer algo? Não acredito em magia, e deixei de acreditar nas pessoas à já algum tempo. Sinto me sozinha, sinto que já não posso falar com ninguém sobre ti, porque já estão todos fartos de ouvir as minhas teorias, fartos de ouvir falar da minha mágoa, não os censuro, nem os culpo.
A lua e as nuvens continuam numa batalha, acho que o vento é o que os envolve, e dá uma certa magia à noite.
Oiço de novo a mesma música, talvez por hábito, ou talvez porque não quero que acabe.
Oiço o teu riso, numa memória já distante, e oiço-te a sussurar no meu ouvido «amo-te».

Recordo agora uma noite de festa do s. Pedro do ano passado, será que te lembras?
Estava-mos os dois sentados num muro de uma casa algures, estava encostada a ti, tal e qual como agora estou encostada a esta coluna, estavam tantas estrelas no céu e perguntei-te:

- Amor, olha para as estrelas qual é que brilha mais?
E tu respondeste, és tu!

Rio-me só de pensar no calor que senti, nessa noite trouxeste me a casa viemos os dois a pé, e sentamo-nos na escadaria da minha casa, não me recordo bem do que falamos, mas se me conheço bem devia estar insegura sobre qualquer coisa, recordo-me também que estávamos abraçados, e depois da conversa apenas ficamos ali abraçados, e eu disse-te quem me dera que este momento durasse para sempre, e tu disseste também eu.
E apenas ficamos ali no silencio, a viver o momento, a ser-mos nós próprios, nesse momento, não me importei com o silencio, sabia o que sentias e sabia o que sentia, era tudo o que sabia.
És tudo o que conheço, tudo o que quero conhecer.
Não sei o que vai acontecer no futuro, mas sei o que aconteceu o passado, só te peço mais uma chance, mais uma oportunidade, eu sei que posso ser melhor, fazer tudo bem, fazer-te de novo feliz, é pedir muito?
O vento sopra com mais força, e o meu computador, pouca bateria lhe resta.
Acho que vou dormir, e sonhar contigo.

Agora estou a ouvir trevor hall, tem sido uma boa companhia, para momentos solitários como este… As letras dele fazem sentido, dão me esperança e transmitem me calma tal como tu.
Não sei porque está me a custar parar de escrever. Mas há um ponto que já chega. :)

Vou sair da varanda, mas antes vou sussurar ao vento:
- Amo-te Hugo Da Silva.

Agarrada ao fio que me deste, e assim beijo-o, como faria a ti se estivesses aqui, agora.
Espero que o vento te leve a minha mensagem, e que um beijo meu rosse os teus lábios, e que de alguma forma, penses em mim.
A lua mostrou-se de novo, o que penso ser pela ultima vez esta noite, pelo menos que eu veja, vou considerar isso como um sinal, que ela e o vento, e também as nuvens, te levaram a minha mensagem.

(...)

4 comentários:

  1. Inês :')
    Juro que te mato, só me fazes chorar! Arrepiei-me toda a ler isso, até estou c um nó na garganta para evitar não chorar :o

    Comoveste-me mesmo a sério :')
    Está lindo o texto, muito mesmo *

    Qualquer dia mostro o teu blog ao Hugo :p

    Gosto muitooo de ti ♥

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  2. olha minha parva, fizéste-me mesmo chorar! a andreia tem toda a razão, acho q isto vai ter de ser mostrado ao hugo..
    escreves tão bem , prima<3

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  3. Obrigado Andreiya *
    Não sei que mais dizer :$
    Gosto mesmo muito de ti *.*
    -

    Oh obrigada Ana Garcia :)
    são pequenos desabafos de quando não se consegue dormir à noite :$

    -


    Oh pimmaz, não escrevo bem tenho é muito sentimento acumulado...
    Quanto a isso do Hugo não sei não :$
    Não pensio que vá mudar nada... :''x

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