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Gostava de escrever grandes textos sobre certezas da vida, sobre experiencias, sobre grandes coisas filosóficas, mas não sou capaz, uso a escrita como amparo, amparo da dor, do vazio, uso a escrita como um refúgio meu, não me importanto se lêem o que escrevo ou não, uso-a porque preciso dela, é uma forma de organizar pensamentos e perceber sentimentos. É assim que sou, se tens curiosidade dá uma espreita, não te prometo que vás gostar, mas é uma escolha tua se queres arriscar :)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Déjà vu.


Onde é que eu já tinha visto aquela situação? Há pois, lá estava eu e o Hugo de volta na mesma situação. Estávamos no mesmo dia, na mesma festa de anos que no passado me fez perceber o que eu realmente sentia. Tinham passado exactamente 4anos, desde que tínhamos estado ali. A casa da rapariga era grande, nos estávamos todos na cave dela, a sua casa tinha um jardim enorme, com uma piscina coberta.


Eu e o Hugo sentados no mesmo sofá, estávamos a entrelaçar as nossas mãos, e a fazer carícias nas mesmas com os dedos. Lembro-me que o João entrou na sala e foi para perto de nós, eu e o João tínhamos acabado acerca de 3semanas ainda era tudo muito recente, lembro-me de a Carina, a minha melhor amiga, me vir dizer que o João queria curtir com uma rapariga qualquer, e isso não me afectou de facto até me aliviou, pensei então o que estou eu aqui a fazer? Tenho ao meu lado quem eu quero, e eu sei que ele me quer, é agora ou nunca. Virei-me para o Hugo e perguntei-lhe:

- Queres ir lá fora?

Ele piscou os olhos, olhou-me com aqueles olhos cor de âmbar, serenos mas ao mesmo tempo com um certo brilho, e respondeu que sim.

Saímos e fomos dar ao jardim, começamos a andar, subimos os dois degraus que iam dar a um pequeno passeio no meio da relva, estava uma noite estrelada, não estava frio, mas uma pequena brisa soprava ao de leve, como um sussurro levado pela corrente. Não falamos muito apenas caminha-mos, e não sabia o que dizer, e pelos vistos ele também não, demos uma volta ao jardim, e quando chegamos perto da piscina voltamos para trás, supostamente para voltar a entrar dentro da casa, ele ia à minha frente e eu ia um pouco mais atrás. Comecei a meter-me com ele a fazer pequenas rasteiras nos seus pés, ele virava-se sorria e dizia para eu parar.

De volta aos degraus eu fiquei no topo deles, a olhar para o céu e ele desceu. Depois virou-se de frente para mim e olhou-me e perguntou:

- O que foi?

- Está uma noite tão linda! – respondi-lhe.

Ele pegou na minha mão e puxou-me na sua direcção, encurtando a distância que nos separava, e abraçou-me. Abraçou-me de uma maneira que nunca antes havia abraçado, senti o coração dele no meu peito, batia descontroladamente, notava-se que ele estava nervoso, eu soube, eu soube que o momento que eu mais esperava, já à muito tempo iria acontecer ali, ali a qualquer segundo, mal podia esperar.

E então o abraço acabou, olhamo-nos, os seus olhos estavam claros, estavam calmos e brilhantes como sempre, nos olhos dele via felicidade, via surpresa e via desejo. E foi aí, as minhas mãos estavam no seu pescoço, e as dele envolviam-me, estavam pousadas no fundo das minhas costas, tal gesto fazia-me sentir segura, foi nesse momento que nos beijamos, que nos beijamos a primeira vez. Não havia nada a nossa volta, o tempo e o mundo pararam, não havia som ou barulho, não existia nada nem ninguém. Dentro de mim algo explodiu, era aquele amor adormecido, que voltava a acordar, e como um vulcão em erupção levava tudo à sua frente, e aí eu soube que esse amor tinha vindo para ficar…

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